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“O servidor público na atual conjuntura”: confira o painel!

O painel realizado pela Astec, na noite desta terça-feira, 26, para marcar a passagem do Dia do Servidor Público (28), reuniu dirigentes do Simpa e de associações de servidores do município de Porto Alegre, para apresentar os pontos de vista das entidades a partir de três eixos: o servidor na ótica do cidadão, o servidor como executor das funções do Estado e a defesa da carreira pública. Com apresentação do presidente da Astec, Irineu Foschiera, e moderação do vice-presidente,  Sérgio Brum, participaram o diretor do Simpa, João Ezequiel; a presidente da Acespa, Rita Eloy; as diretoras da Atempa, prof. Maria José da Silva, e da ASHPS, Bárbara Dias de Mello, além do diretor do Simpa, João Ezequiel da Silva. Dando um toque de leveza ao evento, o debate foi entremeado por apresentações musicais de associados da Astec, com canções de diferentes estilos.

O programa está disponível na TV Astec, no YouTube, e nos Facebooks da Astec, do Simpa, da Atempa e da Acespa.

Irineu Foschiera, presidente da Astec

Para o presidente da Astec, por mais difícil que esteja a situação dos servidores públicos, a categoria precisa se autovalorizar, mesmo quando não tem o reconhecimento do gestor e de de uma parcela da sociedade. Por mais que a ideia muito difundida pela grande mídia, de que o servidor público é privilegiado, encontrasse eco no que chamou de “opinião publicada”, Irineu Foschiera lembra que, durante a pandemia, se tornou comum que as pessoas levassem cartazes aos postos de vacinação, com dizeres enaltecendo os serviços públicos.

Apesar de toda a adversidade, “o servidor público ainda é a principal barreira que impede o domínio do público pelo privado”, afirmou Foschiera, que apelou para que quem ainda não o fez se associe ao Simpa e às associações, para contribuir no sentido de efetivar a luta de resistência dos servidores, com retorno às organizações nos locais de trabalho, à interação entre colegas e ao envolvimento de todos na luta. “Valorizemo-nos, nos unindo e lutando!”, convocou a todos o presidente da Astec.

João Ezequiel da Silva, diretor do Simpa

Desfazer a narrativa mentirosa de sucessivos governos neoliberais de que os servidores públicos são privilegiados porque não prestam um bom serviço e ganham muito bem é uma necessidade urgente, no entedimento do diretor do Simpa, João Ezequiel da Silva. Ele entende que é necessário desfazer essa imagem que busca colocar a culpa das mazelas do País nas costas do serviço e dos servidores públicos e uma das formas seria fazer com que a população compreendesse  que serviço público de qualidade passa pelo reconhecimento e pela valorização dos servidores. “Resistir, resistir, resistir, na missão de defender o serviço público, apesar das perdas representadas pela elevação da alíquota da previdência de 11% para 14% e dos vencimentos congelados há cinco anos. Precisamos nos unir e resistir, porque sem resistência não haverá futuro para o serviço público, que é essencial para a subsistência de muitos cidadãos”, salientou o sindicalista.

Na oportunidade, João Ezequiel também convidou todos a deixarem as diferenças de lado e participarem de um ato público, na próxima quinta-feira, 28, às 17h, no Paço Municipal, para resgatar a dignidade do serviço público e da carreira.

Rita Eloy, presidente da Acespa

A presidente da Acespa, Rita Eloy, ressaltou a importância do trabalho realizado pelos servidores, em especial, no contexto da pandemia de covid-19, em que muitas vezes, usaram recursos  do próprio bolso ou foram abastecidos pelo Simpa e pela Astec, com máscaras, porque não havia o suficiente. Acredita que há cidadãos que reconhecem o valor dos servidores que contribuem para preservar a memória institucional sem serem reféns de partidos políticos. “Para ter um serviço público de qualidade, a sociedade precisa entender que o servidor é vocacionado para o atendimento das necessidades da população e não para o lucro, mas para ser completamente eficaz e eficiente, tem de estar instrumentalizado”, frisou.

Internamente na categoria, a administradora concordou com os que a antecederam no evento, de que é necessário pôr as divergências de lado e lutar em conjunto, em defesa da carreira.

Bárbara Mello, diretora da ASHPS

 

A terceirização da saúde, da educação, da segurança e dos transportes foi uma das críticas da diretora da ASHPS, Bárbara Mello. “Muitas vezes, o serviço público é o único espaço para que a população tenha suas necessidades básicas minimamente atendidas e só é minimamente porque a política é de desmonte da estrutura do Estado”, afirmou.

Segundo ela, é necessário defender a saúde e a qualidade do serviço público prestado à população que não dispõe de outros recursos e essa é um a medida que contribui para a valorização de quem está em contato direto com os cidadãos, na ponta do atendimento.

 

 

Maria José da Silva, diretora da Atempa

Sem fugir à essência da profissão, a professora Maria José da Silva, diretora da Atempa, traçou uma rápida linha de tempo da instituição da carreira de servidor público no Brasil. Surgida em 1938, com a ideia da prestação de serviços independentemente de partidos políticos, a figura do trabalhador público conquistou o direito ao acesso ao serviço via concurso na Constituição de 1988. De lá para cá, têm sido frequentes os ataques às prerrogativas dos servidores, que acabam sendo apoiados por parcelas da população devido à imagem forjada pela confusão entre os que assumem a gestão sem compromisso com as políticas públicas, como se assim procedessem não os governos, mas os servidores de carreira do Estado – o que não corresponde à realidade, como explicou Maria José.

Exemplo de uma dessas confusões que objetiva atender os interesses privatistas, é o que ocorre em diversas áreas do serviço público, dentre elas a da educação: os governos cortam investimentos básicos, promovendo o sucateamento da estrutura escolar. O resultado – também discutível, conforme a professora – é a baixa nos índices de desempenho das avaliações externas do sistema escolar público. Como “solução”, o governo acena com a concessão de vouchers para a compra de vagas na rede escolar privada, enquanto a escola pública fenece. Como alternativa a essa realidade, a diretora da Atempa defende que os servidores públicos se unam em prol do acesso dos trabalhadores aos servidores do Estado.

O vice-presidente da Astec, Sérgio Brum, que mediou o debate, provocou os painelistas trazendo aspectos do contexto dos servidores públicos e apresentando as dúvidas e comentários da plateia que acompanhou o programa transmitindo em rede pela TV Astec, no YouTube, e pelos Facebooks da Astec, do Simpa, da Atempa e da Acespa.

Um toque bem especial em homenagem ao Dia do Servidor Público, foram as apresentações musicais, que você pode conferir a seguir.

Claudio Nilson, aposentado da SMAMUS, apresenta a música Seja Leve, de sua autoria, que faz parte do álbum Intercâmbio, de 2019, disponível no Spotify e nas demais plataformas.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Eduardo Fleck do DMLU. Fleck apresenta Caldera, composição do chileno Nelson Araya, líder do Grupo Água, grupo chileno de música andina. Caldera foi composta em Porto Alegre, quando o chileno Nelson Araya morava em um apartamento na Cidade Baixa e foi regravada em 1976 por Milton Nascimento.

 

Carla Zambiasi, da SMDS, interpretou a música do compositor Sérgio Sampaio “Eu quero é botar meu bloco na rua”.

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