Os Técnicos concluíram, na capital da Suíça, a participação no VII Congresso Mundial de Administração e XII Fórum Internacional de Administração, que obteve como resultado a clarificação da importância do Administrador no contexto social do trabalho.
Palestra: O combate à pobreza e a geração de emprego no mundo: abordagem critica x estratégia a desenvolver
Dr. Valter Barelli – Brasil
Mediador: Prof.Sergio Gusmão – Brasil
Prof. Sergio apresenta o palestrante trazendo a seguinte contribuição ao debate: Torino, no o período Medieval, tinha uma muralha(que não existe mais). Hoje está cercada por câmeras de segurança. Do lado de fora do muro imaginário estão os pobres, os imigrantes. O Efeito Globalização econômica globalizou a pobreza.Como resolver a crise?
Dr. Barelli inicia dizendo que é ousadia grande colocar o tema do combate à pobreza e a geração de emprego e que os organizadores tiveram grande clareza em trazer este assunto para o debate da administração. É completamente pertinente!
A pobreza está distribuída pelo universo. Em grandes cidades e grandes países.
Crise Mundial é o primeiro elemento para entender o assunto e estudá-lo. A crise mundial é a prova de que o mundo é mal administrado. Na crise de 2008, foi chamado o G20 para representar a diversidade existente e foram chamados também os paises do sul.
O mundo atual é uma guerra e como tal tem vencedores e perdedores.
O mundo tem problemas de hegemonia e unilateralidade.
O G20 era promessa, mas, até agora não foi cumprida.
A OIT – Organização Internacional do Trabalho – está demonstrando visão critica e está sempre presente.
Na conferência de 2009, a OIT propôs o pacto mundial pela geração de emprego. O G-20, trinta dias depois, disse que o pacto é importante para pensar o emprego decente no mundo.
Por outro lado, o sistema financeiro não gera renda e só gera problemas e está acima dos governos. Então, o problema é REGULAR o sistema financeiro global. A dívida de um pais se transforma em dívida de outros.
REGULAR o comércio. Colocar o emprego e a proteção social no centro das preocupações.
Este congresso mundial de administração está colocando o emprego no centro da profissão.
Barelli cita os objetivos do pacto global dizendo que o pacto foi realizado no olho do furação, em 19 de junho de 2009, pela OIT que saiu na frente, pois tinha uma agenda para negociar.
Objetivos do Pacto
– sustentabilidade das empresas;
– forte emprego no serviço público;
– ter foco na manutenção do emprego;
– fugir do protecionismo;
– promover os padrões de trabalho;
– diálogo tripartite;
– assegurar que as ações de curto prazo sejam sustentáveis;
Em 26 e 27 de setembro de 2010, se reuniram os ministros do trabalho dos países que compõe a OIT para avaliar:
– 200 milhões, o número total de desempregados;
– situação desigual (emprego cai na Alemanha, Brasil, Indonésia);
– desemprego persistente (Africa do Sul, Reino Unido, Estados Unidos);
– emprego juvenil;
As leis do trabalho decente não são obedecidas, gerando o trabalho informal.
Importante:
Estabilizar demanda de bens;
Dar proteção aos empregados;
Ouvir pessoas preocupadas com as pessoas e com os empregos das pessoas;
Da análise da distribuição do PIB 2009 – G7 (países líderes) e E7(países emergentes) constata-se:
– que a crise não vai enfraquecer os paises ricos nos próximos 40 anos;
– que o G7 tem 41% do PIB mundial e que, em 2050, terá 25% do PIB mundial;
– que o E7 ficará com 49% do PIB mundial
A crise não nos permite acreditar no valor profético destes dados.
Recomenda como tema: Abordar uma estratégia de desenvolvimento.
Antes, projetar dados para ter visão prospectiva.
Após apresentar tabela contendo a situação do PIB dos 14 países (G7 e E7), a prospecção é de que daqui a China a 40 anos a China será o primeiro e a Índia será o segundo entre os países mais ricos. Estados Unidos, será o terceiro e o Brasil estará em 4º lugar.
Já quanto aos dados do PIB per capita, que demonstram a riqueza pessoal do povo de um país, os Estados Unidos estão em primeiro lugar e vão permanecer assim; o Canadá está e deve permanecer em segundo; idem para o terceiro: Reino Unido. O Brasil está e deve manter-se na 11ª posição.
O Brasil está fazendo mudança:
1982 – redemocratização. Consolidação da democracia. Aperfeiçoou as instituições;
1993/2002 – estabilização econômica. Reforma do sistema bancário e, por isso, não estamos envolvidos nos problemas, na crise;
2003/2010 – fase da redução da pobreza e desigualdade. Efeito da ação social. Todos diziam que não seria possível fazer democracia sem resolver os problemas do mundo. E o Brasil consolidou a democracia. Temos disparidades regionais e sociais, mas, se continuarmos, podemos provar que democracia com distribuição de renda é possível.A crise econômica de 2008 afetou o Brasil em 2009. O Crescimento foi negativo. Mas, em 2010, o Brasil cresceu. O desemprego, no Brasil, está em 6%. A questão é que só é medida nas regiões metropolitanas do Brasil.
2005 a 2008 a pobreza absoluta reduziu. Até 2016 é possível eliminar a pobreza extrema em 4% (quatro por cento). Ampliação da Classe Média. As classes D e E de 42% passaram para 32%. Gerou grande impacto no consumo, principal alavanca do crescimento brasileiro, mas, foram necessários altos investimentos como a prestação do serviço continuada para pessoas incapacitadas, bolsa família sob a obrigação de manter os filhos na escola, vacinas em dia, pré-natal mais a assistência social. O bolsa famíla representa 0,4% do PIB, mas, isto representa crescimento de 10% na renda do Brasil.
Bônus demográfico: ter mais pessoas trabalhando para arcar com aposentadoria.
O avanço do pré-sal é promessa de bem-estar, mas, poderá ser um mal, pois poderá haver um acomodamento (Holanda, por exemplo, tinha muito dinheiro e não se preocupou);
Fábula: Brasil como celeiro do mundo. Embrapa está desenvolvendo tecnologia de agricultura tropical que poderá ser exportada para a Africa e poderá atender as demandas de comida no mundo, o que resolveria os problemas de pobreza daquele continente.
O Brasil está controlando a natalidade através do crescimento. Capacidade de cada um ter paternidade/maternidade responsável. A população brasileira está em equilíbrio. Extirpação é crime contra a humanidade.
Um artigo de Robert Haich, que foi ministro do Presidente Bill Clinton, mostra que o crescimento dos Estados Unidos deu-se através do aumento do Consumo da classe média. Mas, hoje, nos Estados Unidos, a classe média está com o salário médio reduzido. No Brasil, o salário-base está crescendo. Em tudo isto, qual o papel do Administrador? Todos estes assuntos são pertinentes ao Administrador. É pauta para uma agenda. O Administrador deve analisar se esta agenda interessa a ele, provoca Barelli, encerrando a palestra.
***
Com esta palestra, o circuito Torino foi encerrado, onde ficou evidenciado, como disse a Adm. Claudia Stadtlober, presidente do CRA-RS, grande experiência de valor intelectual e profissional.
A comissão organizadora, Adm. Rogério Bohn e Valter Lemos, agradeceu às autoridades brasileiras e internacionais, destacando que foi uma parceria vitoriosa. Vencemos diferenças culturais e foi possível discutir o mundo do trabalho e sua complexidade, pois o mundo do trabalho interessa à sociedade e ao profissional da Administração.
Após, houve um bonito jantar de encerramento na Villa Sassi, onde os participantes confraternizaram e trocaram impressões sobre o evento.
Dia 13/10/11
Viagem de ônibus a Genebra
Passando pelos Alpes, quatro ônibus levaram os participantes até Genebra, onde todos puderam apreciar a bela paisagem, saindo da Itália, passando pela França, onde conheceu-se a famosíssima MONT BLANC (de dentro do ônibus), que divide a França e a Italia, com mais de 4.800 metros de altitude. Paisagem espetacular entre montanhas e castelos. Estradas muito boas, com muitos pedágios e controladas por câmeras de circuito de TV.
Chegando a Genebra,de imediato, todos seguiram em um tour, já previamente agendado pelo pacote do evento, à cidade.
Genebra é o berço do pensamento liberal. Tem apenas 186 mil habitantes e nas cidades do entorno, 480 mil.
Um aspecto interessantíssimo de Genebra, é o aeroporto, onde metade dele fica em solo Francês e a outra metade em solo Suíço. É também a segunda cidade com mais parques, na Europa. A primeira é Londres.
A praça onde fica o Monumento aos Reformistas (Calvino, Lutero etc.) leva os Administradores a reflexão sobre o assunto tratado no Congresso e a relação do mesmo com o que Genebra representa.
14/10/11
A continuação do congresso aconteceu no Auditório da OIT – Organização Internacional do Trabalho – em Genebra, onde todos foram saudados e parabenizados, pois “é uma satisfação poder dar continuidade ao debate do mundo do trabalho”, diz o Adm. Rogério Bohn.
O Representante da OIT saudou os participantes do Brasil, do México e da Costa Rica e deu as boas vindas a Genebra e à Organização Internacional do Trabalho, que é a casa de todos os trabalhadores do mundo todo.
Após palestra do representante da OIT, onde mais uma vez foi apresentado o papel da OIT, forma de organização e funcionamento, os dez princípios derivados dos direitos humanos, o palestrante disse que o interesse dos Administradores é fundamental em todo o processo, pois a OIT orienta as empresas que a buscam e recomenda, dentre outros, a revisão de processos de trabalho e questões atinentes à gestão das pessoas, dos trabalhadores. Neste momento, o Adm. Valter Lemos, em pertinente manifestação, pergunta como os Administradores poderão contribuir com a OIT. Manifestação muito bem recebida: “Os administradores têm tudo a ver com o trabalho que a OIT desenvolve”. Ficando, deste modo aberta, uma porta para futuras negociações.
Mais informações no site do VII Congresso Internacional.Confira.
E acompanhe também o site do CRA-RS sobre o assunto.
ASSOCIATIVISMO PARTICIPATIVO SE FAZ COM UNIÃO E PLURALIDADE.
DIRETORIA EXECUTIVA GESTÃO 2011-2012